Como você se sente sobre isso?

A famosa pergunta que ecoa em tantos atendimentos de psicoterapia pode parecer clichê, mas existe um enorme trabalho de autoconhecimento e de atenção envolvidos na resposta.

Seja em cenas de filmes e livros ou em um atendimento real em psicoterapia, é esperado que em algum momento você ouça a famosa pergunta “e como você se sente sobre isso?”. É o mesmo jargão repetido em piadas sobre atendimentos e virou até mesmo alvo de críticas dos que veem a pergunta como um protocolo padronizado de profissionais de saúde mental. E pra que ela serve, afinal?

Começamos da parte mais lógica e simplista: A subjetividade do paciente questionado. Para você, leitor, pode ser que a imagem de um palhaço não cause emoção alguma, ou invoque uma memória gostosa da infância, repleta de risos. Já para mim, Vanessa, a imagem já causou sensações de pânico – um verdadeiro medo de aniquilação. É isso a subjetividade. A forma como dois seres humanos confrontados por um único estímulo podem ser atingidos de formas completamente diferentes e serem impactados muito mais ou muito menos. Só por isso, já faz sentido perguntar.

Mas e falando sobre quem responde? Porque é importante a pergunta?

A base de todo o processo de psicoterapia é o autoconhecimento. O termo é amplo e pode adquirir características simples e até místicas, mas em saúde mental o autoconhecimento é um resultado de uma consciência em pleno funcionamento e é a única forma dos profissionais de acessar o que está acontecendo com o paciente, uma vez que não há exames laboratoriais para constatar depressão, pânico ou bipolaridade, por exemplo. É fundamental saber diferenciar se o que você está sentindo é tristeza, emoção negativa porém natural frente aos conflitos e situações da vida, ou desesperança e desespero, emoções mais intensas e que podem estar desproporcionais aos estímulos concretos da vida. Abraçando todos esses conceitos e traduzindo de forma mais compreensível, entra a tão falada pergunta “como você se sente sobre isso?”.

E você, consegue diferenciar suas emoções enquanto elas acontecem, uma junto da outra?

É um trabalho mental o qual nós aprendemos, com o intuito de entender melhor a nós mesmos. Nesse raciocínio, nós aprendemos muito sobre o que nos constrói como indivíduo: O que te entristece? O que te alegra? O que te ofende? O que te envaidece? E por detrás dessas perguntas, tem uma maior ainda: Porque? Além do mais, se tornando familiar com suas emoções e suas próprias peculiaridades, você também consegue medi-las e pode saber quando uma emoção está dentro do esperado e quando essa emoção extrapola todos os estímulos que a geraram, potencialmente alertando um estado de saúde mental prejudicado. O trabalho em psicoterapia sobre o autoconhecimento é ajudar a tornar natural esse olhar voltado para si, com todos os recursos para analisar sua própria saúde e poder, então, buscar ajuda.

É também com o trabalho de psicoeducação que trabalhamos no exercício sobre essa consciência e que podemos lançar mão de diagnósticos e de tratamentos eficientes.

E agora, ficou um pouco mais claro porque dessa pergunta tão famosa? Você sabe em que nível está o seu autoconhecimento?

Para comentários, dúvidas ou informações adicionais, podem me procurar pelo telefone ou me enviar um email. Será um prazer te ajudar a se conhecer um pouco melhor!

Aproveite e leia também:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *